03 janeiro 2007

Governador compara situação do Hospital Albert Schweitzer à genocídio


O governador Sérgio Cabral Filho qualificou como de "calamidade pública" o estado do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, após vistoria realizada ao lado do secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes na manhã desta quarta-feira. Cabral determinou que o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Marco Cruz Machado, destaque uma equipe para fazer um "mutirão" na unidade.

O novo governador comparou a situação a um genocídio. "Estou chocado. Uma coisa é o criminoso matando inocentes. Bandidos, traficantes, esses que estão amedrontando de maneira covarde a população. Outra coisa é o estado cometendo genocídio. O que o estado faz aqui é cometer assassinatos. Aqui se morre mais gente do que na luta aí fora selvagem dos criminosos. É uma situação que impressiona", declarou.

Mutirão da Defesa Civil

Durante a visita, Cabral e Côrtes se depararam com pacientes em macas no corredores, aparelhos quebrados, enfermarias desativadas, elevadores quebrados, obras paralisadas e infiltrações. "Isso é um caso de clamidade publica, e a defesa civil entra nesses casos", disse Cabral, que afirmou que a crise no hospital não se deve à falta de recursos. "Não era para estar assim", afirmou.

Para Côrtes, os problemas encontrados na emergência do Albert Schweitzer se repetem nos outros hospitais do estado. "Hoje, temos hospitais com grades, como se fossem prisões porque os profissionais de saúde ficam totalmente acuados sem condições de trabalho e com medo da reação das pessoas. Isso vai mudar". Nesta quarta, a unidade recebeu quatro toneladas de medicamentos do Ministério da Saúde.

Saúde pública é "roleta russa"

O governador comentou ainda a morte da diarista Rosa Maria Aparecida César, 40 anos, que trabalhava em sua casa. Ela morreu na tarde de ontem após esperar por atendimento duante quase seis horas na emergência do Hospital Souza Aguiar, no Centro. Segundo Cabral, Rosa foi vítima de "roleta russa" ocasionada pelo descaso das autoridades com a saúde pública. "Durante anos, se focaram em outros projetos que não esse. Isso aqui é essencial", frisou.

Fonte: www.odia.com.br

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