Cavalgar cerca de 1500 km entre Brasília e Aparecida, no interior de São Paulo durante 50 dias. A iniciativa é dos Romeiros da Paz, um grupo de pessoas da região de Jundiaí (SP), que pretende resgatar a história e a tradição secular dos romeiros e do tropeirismo. Eles já iniciaram os preparativos para a empreitada que deve começar na terceira semana de março e terminar entre os dias 8 a 11 de maio, coincidindo com a visita do Papa Bento XVI ao Santuário de Aparecida.
Segundo Marco Aurélio Chrispim, idealizador e organizador, essa iniciativa faz parte do Projeto Caminhos do Brasil. “Após a conclusão dos Romeiros da Paz, vamos dar seqüência ao projeto Caminhos do Brasil, seguindo rumo ao Monte Caburaí, em Roraima, novo ponto setentrional brasileiro. Será a primeira expedição a partir deste ponto rumo ao Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Vamos cruzar o Brasil de ponta a ponta, totalizando 18 mil quilômetros de cavalgada”, explicou.
Com relação aos Romeiros da Paz, Chrispim lembrou que a romaria diocesana de Jundiaí ao Santuário de Pirapora do Bom Jesus é uma das mais antigas do Brasil. “A primeira partiu de Jundiaí em 1914, quando o mundo sofria com a primeira grande guerra. A peregrinação naquela oportunidade era pedir paz. Hoje, 93 anos depois, estamos seguindo o mesmo propósito o de pedir paz para os povos do mundo inteiro, dentro do contexto humilde e religioso dos romeiros. Além disso, queremos retratar as belezas da região e relatar o prazer e a aventura que uma cavalgada proporciona”, argumentou.
De acordo com o organizador, o grupo será formado por seis cavaleiros, e um total de 12 animais. Os integrantes são presidentes de Associações de Romeiros de cidades da região, como Jarinú, Indaiatuba, Itupeva. Ele informou que todos são experientes em viagens longas. Iniciando a cavalgada na terceira semana de março, eles calculam 50 dias para cumprir o percurso, fazendo uma média de 30 a 40 km diários.
Apesar da experiência, os integrantes dos Romeiros da Paz já vêm realizando um trabalho de preparação. Estão fazendo cavalgadas periódicas na região de Jundiaí, inclusive enfrentando terrenos mais acidentados, para que tanto cavalo e cavaleiro estejam bem preparados para enfrentar os 1.500 km do Planalto Central ao Vale do Paraíba.
PERCURSO E APOIO
Marco Chrispim informou que os Romeiros da Paz sairão de Brasília, seguirão por Goiás e entrarão em Minas Gerais, na região do município de Paracatu. Daí prosseguem até Diamantina, onde começa a estrada real (trilha do ouro), que vai até Parati, no litoral sul fluminense.
A comitiva então seguirá pela Serra da Mantiqueira, contornando a divisa dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro seguido em direção ao Vale do Paraíba, até Aparecida, que no dia 13 de maio receberá a visita do Papa Bento XVI, que celebrará missa ao ar livre.
Os Romeiros da Paz terão o apoio de um caminhão, que seguirá todo o trajeto. Haverá sempre um ponto de pernoite. Dali o caminhão seguirá para a próxima cidade. Também haverá um trailer de apoio. Os dois veículos não percorrerão o mesmo trajeto da comitiva. “Eles darão suporte nos pontos pré-determinados para as paradas de repouso. O caminhão levará a ração para os cavalos, enquanto no trailer irá a cozinha e também servirá como dormitório dos cavaleiros”, esclareceu. Chrispim lembrou ainda, que está prevista a visita periódica de um veterinário e um ferreiro a cada 15 dias de cavalgada ou em caso de alguma emergência.
O Projeto Romeiros da Paz conta com apoio da Associação Estadual das Romarias Paulistas – AERP.
