18 novembro 2007

Secretaria de Transportes apresenta projetos do PAC da Mobilidade para o Rio

Treze projetos da Secretaria Estadual de Transportes selecionados para serem incluídos no PAC da Mobilidade foram apresentados, nesta sexta-feira (9/11), pelo secretario de Transportes, Julio Lopes, na sede da Fecomércio (Federação do Comércio do Rio de Janeiro). Os projetos, escolhidos a partir de sugestões feitas pelas 20 prefeituras da Região Metropolitana do Rio, estão orçados em R$ 1,1 bilhão e concorrem aos recursos reservados pelo governo federal para o estado.

Na apresentação, feita durante reunião da AMTU (Agência Metropolitana de Transportes Urbanos), no auditório da Fecomércio, Julio Lopes explicou a importância dos projetos para o programa de mobilidade da população que a secretaria está desenvolvendo. De acordo com o secretário, os projetos, em sua totalidade, estão acoplados diretamente aos grandes empreendimentos que estão sendo implantados no Rio e são indispensáveis ao desenvolvimento social e econômico do estado.

- Um dos programas que gera o maior impacto em termos de reestruturação da qualidade de vida e que vai alterar significativamente a mobilidade das pessoas é a TransBaixada, que contempla quase todos os grandes municípios da Baixada Fluminense, e que vai melhorar a circulação no trecho mais densamente habitado do estado, destacou o secretário Julio Lopes.

O projeto TransBaixada a que se referiu o secretário - considerado pelos técnicos da secretaria essencial para a melhoria da mobilidade e o conseqüente desenvolvimento da região - é a construção do chamado Corredor da Cidadania, um conjunto de vias totalizando 61 quilômetros, entre ruas e avenidas, interligando seis municípios - Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita e Belford Roxo. O custo estimado da obra é de R$ 180 milhões, que será uma alternativa para desafogar o trânsito da Linha Vermelha e da Avenida Brasil.

O subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, que fez um detalhamento das características de cada projeto e dos recursos necessários para sua execução, explicou que outro projeto considerado de grande envergadura é o de construção da chamada Linha 3 do Metrô, para ligar a estação das barcas, em Niterói, ao bairro de Alcântara, em São Gonçalo. Com orçamento estimado em R$ 560 milhões, vai beneficiar mais de um milhão de habitantes, das duas cidades.

Delmo explicou que o projeto consiste, na verdade, na implantação de um sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), com a recuperação do leito da via férrea que liga os dois municípios e a utilização, inicialmente, das composições que eram utilizadas na Linha 2 do Metrô. Segundo Delmo, o custo de implantação do metrô, como o existente no Rio, é muito alto. Por isso, a alternativa que está sendo estudada é utilizar os vagões que eram conhecidos antigamente como pré-metrô, e que circulavam na Linha 2, que estão em perfeito estado de conservação e prontos para circular, bastando para isso, recuperar o leito da ferrovia e a rede elétrica no trecho entre Niterói e São Gonçalo.

Outro projeto considerado de grande importância para o desenvolvimento da Baixada Fluminense é a extensão da Via Light até a Avenida Brasil e ao município de Queimados – num trecho de 10 quilômetros. O trecho da Via Dutra que cruza a Baixada já está saturado, segundo Delmo, e a Via Light será uma alternativa para o desenvolvimento da região. O projeto está orçado em R$ 160 milhões.

O projeto de modernização das estações do metrô do Maracanã e da Pavuna, na Linha 2, visando prepará-las para a Copa de 2014, também está incluído no projeto de mobilidade da Secretaria de Transportes. Ao custo de R$ 30 milhões, para cada uma, o projeto prevê a interligação ou a unificação dessas estações do metrô com as da SuperVia, que são próximas umas das outras e facilitariam a integração entre os dois modais.

A melhoria operacional da RJ-104, que liga Niterói a Itaboraí, com a restauração de 15 quilômetros de pavimento e a reconstrução de algumas pontes e viadutos, é outro projeto que será desenvolvido com recursos do PAC. A construção desse corredor viário está estimada em R$ 140 milhões, e é considerada uma alternativa à BR-101, que irá melhorar significativamente a fluidez no trânsito da região.

Os recursos do PAC da Mobilidade serão investidos também na recuperação do trecho ferroviário de 11 quilômetros ligando a estação de Santa Cruz ao Distrito Industrial de Itaguaí, orçado em R$ 30 milhões, para dar aceso ao Complexo Siderúrgico e ao Porto de Itaguaí, na implantação de uma rede de ciclovias de integração com as principais estações de trens e metrô na Baixada, estimado em R$ 80 milhões, e na reforma dos ramais de Saracuruna-Vila Inhomirim e Saracuruna-Guapimirim, que deve custar R$ 15 milhões, cada um.

Estes projetos, depois de aprovados pelos prefeitos da região metropolitana e pela AMTU, serão encaminhados ao Ministério das Cidades. O objetivo do PAC da Mobilidade é estimular os setores produtivos e, ao mesmo tempo, levar benefícios sociais para todas as regiões do país.

Pedalar é saudável e econômico

Mais barato, não faz barulho, é prático e, principalmente, não polui. Estas são as vantagens da bicicleta como meio de transporte público – projeto que a secretaria estadual de Transporte trabalha para implantar na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre os 13 projetos a serem incluídos no PAC da Mobilidade, a bicicleta foi o tema em destaque apresentado pelo secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, nesta sexta feira (9/11), durante reunião com autoridades da área, promovida no auditório da Fecomércio, no Flamengo, Zona Sul da cidade.

- É importante obter um ganho cultural onde a mobilidade das pessoas contemple não só as alternativas comuns como o automóvel, ônibus, metrô ou trem, mas também para alternativas que melhorem a qualidade do transporte a pé - explicou Lopes.

Mais do que apropriar a bicicleta como meio de transporte, o secretário defende a criação do hábito saudável de andar e lembrou uma frase dita pelo prefeito de Bogotá, na Bolívia, durante uma palestra sobre a adoção do sistema de transporte a pé naquele país. "Como os pássaros voam, o homem anda", e complementou: "Precisamos criar uma nova cultura de mobilidade e a bicicleta terá uma participação extraordinária nesse sentido".

A idéia da ciclovia vai encurtar o tempo que o cidadão gasta para ir e vir ao trabalho, já que a maioria da população geralmente caminha entre 3 a 4 quilômetros até chegar aos terminais de trens, metrôs e ônibus, além de ser uma boa economia no bolso do cidadão.

- Foi constatado que quanto menor a renda, maior a taxa de mobilidade, o que em outras palavras, pode-se dizer que um cidadão que pedale do Parque Paulista até Imbariê, no município de Duque de Caxias, irá economizar R$ 8 por dia no seu bolso - destacou Lopes.

Pegando carona em experiências recentes e bem-sucedidas em alguns países europeus, Lopes cita que na França a bicicleta foi incorporada ao hábito do cidadão

- Em Paris, por exemplo, formou-se a cultura da prioridade no uso da bicicleta, onde a prefeitura investiu €124 milhões na promoção do veículo como meio de transporte e disponibilizou 30 mil bicicletas para uso dos turistas - relatou Júlio.

Mas, para que a bicicleta não ande na contra-mão do trânsito, a secretaria estadual de Transporte elaborou o projeto junto com a secretaria de Obras e o Conselho Nacional de Trânsito, para que as pistas estejam em perfeitas condições de circulação, ou seja, livre de buracos e areias, e o ciclista saiba dos seus direitos e deveres na hora de pedalar.

De todos os países europeus, a Holanda é a melhor experiência no uso da bicicleta como alternativa aos meios de transporte de massa. Por isso, a prefeitura de Resende, interessada na implantação do sistema na região, fez uma parceria com a ONG holandesa Interface for Cycling Expertise (I-CE), responsável pela implantação do programa Bicycle Partnership Programme no país. Segundo o consultor da ONG, Warner Zonk, o hábito de pedalar é importante para alcançar metas de desenvolvimento urbano como redução da pobreza, impacto no meio-ambiente - com a diminuição da poluição - melhoria na segurança do trânsito e, principalmente, na qualidade de vida do indivíduo, afirmou Zonk.

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