26 setembro 2007

INSTITUTO TERRA TEM SUA A SEDE INVADIDA

Na madrugada desta segunda-feira dia 24 de setembro, a sede do Instituto Terra de Preservação Ambiental, localizada em um prédio comercial no centro do município de Miguel Pereira foi invadida por bandidos e teve diversos de seus equipamentos furtados. Alguns fatos nos levam a acreditar que este ataque foi uma atitude política com o intuito de intimidar a equipe do Instituto Terra nas suas ações de luta pela preservação do meio ambiente:
1. Apesar de ser um prédio com sete estabelecimentos comerciais, somente o escritório do Instituto Terra foi arrombado;
2. Ao entrarem, os bandidos furtaram somente um computador que continha todos os registros fotográficos que a instituição realizou desde a sua fundação e se deram ao trabalho de abrir o computador da área administrativa para furtar somente o HD, com o objetivo claro de buscar informações mais detalhadas dos projetos da Instituição. Os demais computadores com configurações bem mais avançadas foram sequer movidos de seus lugares;
3. Levaram a câmera fotográfica, de filmagem e som que continham registros de casos recentes de degradação ambiental da cidade;
4. Deixaram o único dinheiro encontrado (R$ 20,00) em cima da mesa como uma espécie de recado de que a invasão não teria intuito de roubo;
5. O carro da instituição foi furtado de dentro da garagem e posteriormente abandonado em um outro bairro da cidade.
Todos estes motivos nos levam a crer que se tratou de um atentado com fins de intimidação à atuação da equipe do Instituto Terra que há 10 anos vem alertando a população para os rumos insustentáveis do desenvolvimento de nossa cidade. Há seis anos publicávamos um jornal cujo título era “Rio Santana: Morte Anunciada” e hoje constatamos a seca completa do rio que compromete o abastecimento de Miguel Pereira e Paty do Alferes. Muitos bairros estão com escassez de água, em contradição com as autoridades da época que afirmavam que nos próximos vinte anos a população não deveria se preocupar com a falta d’água.
Nestes dez anos de organização foram diversos os casos de incompreensão e aversão ao trabalho desenvolvido pela nossa instituição: ameaças veladas, estigmatização dos profissionais, preconceito contra as formas de atuação do terceiro setor. Enquanto isso, construímos uma instituição séria e profissionalizada, cujos indicadores refletem um trabalho orientado para resultados e com muitas parcerias. Neste momento atuamos simultaneamente em treze municípios do Estado do Rio de Janeiro, com o apoio a agricultores familiares, criação e implementação de áreas protegidas, recuperação de áreas degradadas e apoio à formulação de políticas públicas. Só em 2007 foram dois prêmios, o Top Social oferecido pela Associação dos Dirigentes de Marketing do Brasil (ADVB) e o International Pipeline Awards, em Calgary, no Canadá. Neste momento estamos na final de um concurso internacional que seleciona lideranças em todo o mundo.
Como dizia o grande líder Mahatma Gandi “temos que ser a mudança que queremos ver no mundo”. Esta tem sido a filosofia de toda a equipe do Instituto Terra na sua luta pela diversidade biológica e pela justiça social e não seremos intimidados por agressões cometidas pelos chefes da destruição ou os mandantes do crime ambiental. Nossa luta continua e se fortalece a cada dia com novos integrantes, pois a nossa visão de desenvolvimento preserva a vida! E o atentado cometido a nós, é também um atentado à toda a sociedade, pois enquanto alguns lutam pelos seus direitos privados a qualquer custo, nós lutamos pela vida com qualidade para todos. Enquanto alguns só pensam em suas satisfações presentes, nós nos dedicamos aos direitos da natureza, incluindo aí os direitos daqueles que ainda virão, nossos filhos.
Por isso, temos a convicção de dizer que, apesar da força contrária que se impõe ao desenvolvimento sustentável em nossa cidade, nossa luta é vitoriosa, pois sobre ela depositam-se todas as esperanças de um mundo mais justo e ecológico.
O futuro é nosso!
Equipe do Instituto Terra de Preservação Ambiental

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