30 dezembro 2006

BAGDA, Iraque o ditador Iraquiano Saddam Hussein foi executado.


Hussein foi pendurado antes do alvorecer deste sábado no Iraque, às 6 A.m.
Saddam foi condenado por cometer vários crimes contra a humanidade em relação às matanças de 148 pessoas na cidade de Dujail. O ditador foi considerado culpado de assassinato, de tortura e deportação forçada. Apesar da tentativa de seus advogados de anular o julgamento a sentença foi executada na madrugada deste sábado. A foto foi tirada da rede Al Jazira

Um comentário:

Pedro disse...

SADDAM HUSSEIN, MEU IRMÃO: QUE DEUS TE ABENÇOE

Quer conhecer uma pessoa? Dê poder a ela. Eis aí um dos adágios da sabedoria popular, e quanta sabedoria! É uma pena que todo esse conhecimento se perca no meio da selvageria que paira em nosso mundo, e como está fácil para nossos líderes manipular o pensamento de seus povos, inclusive dos ditos doutos.

E foi agora recentemente que nos utilizamos de uma lei escrita há quase 4000 anos: olho por olho, dente por dente; ou, da mesma forma: você deve amar seu amigo e odiar seu inimigo, esquecendo-nos que estas leis foram prescritas por alguém mais sábio ao asseverar: “eu, porém vos digo: amai vossos inimigos, perdoai 7 vezes 70 vezes, pois do contrário que fazeis de diferente? Não agem também assim os gentios?”. Atropelamos esses ensinamentos e agimos como bárbaros, como se 4000 anos se houvessem passado sem que nada tivesse mudado dentro de nós.

Criminoso não foi apenas o Saddam, mas aqueles que o enforcaram; o líder americano que manipulou esse trágico espetáculo; e todos os que aplaudiram essa condenação sumária e estúpida. Não ignoramos nem queremos atenuar tampouco os crimes praticados pelo líder Iraquiano, sob pretexto de estratégias bélicas. Crimes de guerra, se é que se justificassem, também não precisariam ser hediondos como parecem ter sido os promovidos pelo ex-presidente e, é claro que seus ímpetos de violência deveriam ser freados, coibidos e até punidos. Mas não estaríamos agindo igual a ele, ou seja, matando covardemente pessoas sem defesa? O Estado que mata não age como o criminoso condenado?

Estava escancarado nos vídeos que houve dois Saddams: um, o líder orgulhoso que detinha o poder e dele abusou tiranicamente; mas este fora vencido, fugiu e se escondeu num buraco durante meses, qual um rato. Humilhou-se, transfigurou-se e ao sair daquele útero, já não era mais o arrogante e prepotente. Renascera numa pessoa comum, digna da nossa misericórdia, do nosso perdão, não de nossa complacência, é claro. Um homem despido do poder que tanto mal lhe fizera, quanto mal impusera.

Muitos aplaudiram explícita ou implicitamente sua morte, como se estivessem matando o tirano que vive em suas almas, pessoas que fariam como o Saddam, se tivessem o poder que ele teve. Não é eliminando o mau que está fora que terão a paz, mas vencendo o tirano que jaz em si mesmos.

Por Joaquim Braga Neto - Colunista do Panorama Regional.